domingo, junho 30, 2013

Retrovisor - poesia de Delasnieve Daspet

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Retrovisor
Delasnieve Daspet
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Aqui, em meio as nuvens brancas,
Com algumas negas azuis e douradas,
A dez mil pés de altura,
Indo para São Paulo,
Me permiti olhar pelo retrovisor.
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Olhei para traz...
O avião sacolejava numa área de turbulência,
( acho que Deus permitiu que os homens asfaltassem os céus...
tamanha a semelhança com  nossas ruas esburacadas!),
Pois, o avião sacolejante produz em mim
Uma lucidez ácida e uma angústia
Provocada pelo medo.
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Bah! Mais parecia um cavalo xucro
De minhas lembranças, lá no Rancho Alegre,
Nos meus tempos de criança....
E com o medo o meu pensamento
Viajava na velocidade da luz.
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Na retrospectiva que me propus,
Repasso trechos da vida que vivi...
O piloto avisa "permaneçam sentados,
cintos abotoados, estamos atravessando
Um trecho de turbulência...
PQP! - claro que sei,
Alias, todos os meus sentidos estão alertas,
O estômago, também...
Sem falar na labirintite.
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Me agarro a minha bolsa...
Se eu for, vai junto...
Retornando ao espelho - o que vejo ?
Qual a verdade que busco ?
O que descobri ?
Amigos, credos, fé... todos liquefeitos,
gases voláteis, condensados nos céus....
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Eu  sou assim...
Nem o retrovisor consegue
Que haja lógica no meu pensar...
Afinal, tudo é tão íntimo..
Portanto, paro de encher o meu saco!
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Pouso autorizado, ufa!
DD_Delasnieve Daspet - nos céus do Brasil - 25.06.2013

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