sábado, janeiro 30, 2010

Poesia


Despedindo-me do passado...

Delasnieve Daspet


Foi tudo tão breve.
A tua presença, estrela peregrina,
foi tragada pela terra,
naquela noite triste.

O céu fez questão de ocultar
qualquer lembrança tua,
e no silêncio profundo,
que validade teriam minhas saudades?

Duas lágrimas quentes rolam pelas faces,
pois te lembro, tênue luz brilhante,
que o tempo vai esmaecendo...
Mas, vou me lembrar para sempre!

Oh! quantas vezes te busquei?
Vasculhei oceanos, desci a abismos,
viajei o cosmo inteiro.
Movi céus e terras,
finalmente, te encontrei!

Pássaro errante,
sinto tua presença
como sinto o vento.
Sei que estas ao meu lado,
mesmo não te vendo!

Te ouço, te sinto, te espero
séculos e séculos.
Perdura, em mim, o som de tua melodia,
e me chegas no frescor da manhã,
como uma rosa matutina.

Despeço-me do passado triste e solitário,
sei, hoje, o meu destino,
sem ti, tudo foi dor e treva..
Mas eu te encontrei,
juro, ser tua, para sempre!
DD_17 - 04 - 04 - Campo Grande MS

domingo, janeiro 24, 2010

Carta nº XI - Para meu Pai


Carta nº XI


Pai,

Hoje, não te escrevo à luz de lamparinas no silêncio da noite.
A parede que me rodeia é cheia de luz, clara, não como aquela pálida e oscilante luz de outrora. Minha mesa é de fina madeira, teclo num computador, e, a casa não é aquela de
de barro amassado, piso batido, telhado de capim, sem forro que deixava passar a ventania chorosa do pantanal.

De madrugada já não vou ao mangueiro soltar os bezerros, já não trato dos animais, cuido apenas dos pratos da Misha e do Bandit e dos passarinhos ( bem-te-vis, pardais, sabiás, joão-de-barros ) que fazem algazarra e me cobram a alimentação da manhã. Não, pai, não os tenho preso, são livres como o sol da manhã, apenas vem em busca do seu farnel diário. Os acostumei assim. São mansos e me premiam com lindos cantos.

Eu te escrevo, hoje, para te dizer que ainda vivo do amor que me ensinastes, como o mais nobre dos seres humanos, e, se em outras vidas retornar, e, isso deverá ocorrer face as minhas necessárias lapidações, gostaria de voltar a ser sua filha.

A saudade do teu carinho e da tua amizade leva-me ao Rancho Alegre de minhas recordações...

Gostaria de afagar as tuas mãos calejadas e trêmulas das lidas campesinas – que hoje transcendem a luz, pois já não és deste mundo onde sonhamos e sonhamos e quase nada realizamos.

A morte, meu pai, é parte da vida mas não dissolve os elos do espírito, por isso estamos sempre juntos, seres afins - na melodia do tempo.

Não a temo e a aguardo sempre, é verdade que nunca estamos prontos... mente quem diz estar apto para realizar a passagem... sobra sempre o imaginário - criações de nossas mentes.

O olhar se estende no infinito buscando o que esta além do incomensurável, e, o tempo se dobra, inclemente, e vejo surgir no horizonte, ainda que distante, palidamente, o caminho que seguiremos...

E sei que a qualquer hora estarei chegando para continuar a viagem pelo infinito porque aqui á apenas uma passagem, e, a minha espera sei que estarão os amigos de outras eras, e, tu meu pai ao lado de mamãe, frondosas árvores que me ofereceram sombra, dedicação e amor fraterno.
Até logo!

Delasnieve Daspet
DD_24-01-2010 – Campo Grande MS

sexta-feira, janeiro 22, 2010

...AS LÁGRIMAS LAVAM A ALMA - Delasnieve Daspet



... As Lágrimas Lavam A Alma!
Delasnieve Daspet
http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.phtml?cod=101911&cat=Poesias

Há quem goste de cutucar feridas;
De ver o sangue pingando;
Não deixar o machucado secar,
Não permtinto que lindas quimeras
Voltem a sonhar...


Os tempos mudaram mas a dor de cotovelo,
A possobilidade da perda,
A dor contínua da espera,
Do amor que esta fadado a morrer...
Angustiante, permanecem únicos,
Nos fazendo esmorecer!


Quando se perde um amor,
O vazio e a desilusão, são iguais.
Não se come, não se dorme, não se vive,
A tristeza atravessa o peito, o ar se esvai.
E todas as noites, no travesseiro amigo,
Depositário de nossas lágrimas,
É que encontramos consolo e paz...

Ah! quem já não passou por esta dor?!
Quem já não encheu um amigo de lamúrias,
Já não fez loucuras ?
Vou fundo na tristeza,
Busco dentro de mim o meu eu.
Procuro as respostas que não chegam...
Infinitamente reverbero
Do reflexo de luz que emana
No vento, na luz, n´ água , nas chamas,
E descubro, em nublado olhar, que
As lágrimas lavam a alma!
Campo Grande_MS
23,00 hs - 14-01-05


quinta-feira, janeiro 21, 2010

O silêncio das Almas


O Silêncio das Almas

Delasnieve Daspet



Desnudo-te.
Fito teus olhos e passeio em teu corpo
Mal dormidas noites de saudades
Que suspiram numa mente sem lembranças.


E o que vês em meu olhar
Com certeza não traduzirá
O que o tremor do meu corpo dirá ao teu,



Não digas nada, pois, nada é preciso.
Ao teu lado, convexa, anverso, reverso, sou eu.
Observa e aprende: no silêncio das almas
Está a liberdade do amor.
DD_13.08.05 -Campo Grande MS

terça-feira, janeiro 19, 2010

http://www.lunaeamigos.com.br/varal/varal05ano9.htm



Varal nº 05 Edição 421 - Ano 9 - Grupo de Poesias Luna & Amigos

Tema Chuva Fina

http://www.lunaeamigos.com.br/varal/varal05ano9.htm

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Beijo de Adeus...


Beijo de adeus...
Delasnieve Daspet

Uma profunda paz desceu sobre os olhos;
O tempo parou... esperava.
Que não haja tristeza no adeus!

Ternas palavras subiam ao olhar,
Com o pôr do sol o dia terminava...
A estrela da tarde se aproximava,
Como um clarim, a chamar...
O que dizer ?

Eis que chega a hora da partida.
Um vento leve, brisa suave do alvorecer,
Perfeita alegria.

Nos lábios o toque da morte...
Ceifada a flor no beijo de adeus!
DD_ Campo Grande-MS, 16.10.09

Através da Vidraça...


ATRAVÉS DA VIDRAÇA
( HOMENAGEANDO DD)
Aconteciam festas
Arco-íris de luzes, janelas abertas
Recebiam sons e risos
Da casa impregnada de alegrias
Papai Noel de corpo inteiro
Em corpo de mulher
Envolta em arminhos
Capuz vermelho,rosto saudável
E a pinta,ah... a estigmatizava!
A serena presença
Não era vulto por entre as frestas
Descortinando o futuro chegante
Era ela,a mulher forte,transparente
Amiga,batalhadora,onipresente!
Nas mãos, a coleta de presentes
Conquistados,merecidamente
Nesse ano que, rapidamente, se finda
Para recomeçar mais um outro,bem novo
De belas emoções,renovações
De quem colheu tanto, entre tantos,
Na grande família "Poetas del Mundo"!

Arahilda Gomes Alves, ante a imagem de
Boas festas,de Delasnieve,hoje 31/12/2009-18,30h