quarta-feira, abril 10, 2013

Envelhecendo - autoria de Delasnieve Daspet

A foto é arte da Monica Puccinelli
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Envelhecendo
 Delasnieve Daspet
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Que botox, que cirurgia, que nada!
Cheguei aos 62 anos completamente com 62 anos... Ninguém me dá um dia a menos ou a mais.
E que bom chegar aos 62 anos com a cabeça e o corpo de 62 anos.
Eu não malho. Não  tenho saco para isso. Não ando, sou preguiçosa... Mas adoro dançar – já quis fazer várias vezes um curso de dança... mas, dançar sozinha, ou com aqueles meninos... não me dá nenhum tesão, então, fico aqui  - eu e os  meus livros, minhas canetas, computador, agenda,  e, meu cérebro. Gosto de exercitá-lo e faço isso  em todos os momentos.  Crio, recrio, fantasio, valseio, falseio, pazeio... Não bebo, não fumo, até comer – não abuso. Não me preocupo, nunca me preocupei com qualquer glamour... Mas adoro pensar que tenho um pote de ouro no final do arco-íris: os meus sonhos, os meus ideais, as minhas conquistas.
Nestes tempos, ridículos, do politicamente correto, me pego com saudades do passado quando podíamos brincar sem acusações de intolerâncias, de racismo, e de tantos outros “ismos” e modismos.
Eu, por exemplo, acho que todas as diferenças podem conviver em perfeita harmonia, e, que o direito de um começa onde termina o do outro.
Qualquer um tem de conquistar o seu espaço respeitando o dos outros, isto é, não se pode obrigar ninguém a aceitar nada... pode-se esclarecer as coisas, a aceitação ou não vai de cada um.
Assim é, e, assim deveria ser,  sempre.
Filhos, tenho dois. Um me paparica todos os dias, o outro, ocasionalmente. Mas não posso mudar os fatos –  cada um é como é.
Os amigos, conto-os e os reconto, e, alguns  podem ser chamados como tais  – mas com tantos conhecidos – como são poucos, os amigos!
Mesmo assim, eu continuo a chamá-los para que não se olvidem de que estamos juntos na caminhada.
Gosto de movimento... Do vento que balança as folhas e faz tilintar os sinos da varanda.
Gosto de gatos – quando eles  ouvem a minha voz  - me rodeiam com seus miados doces e interesseiros... eu, também, sou interesseira, adoro receber seus carinhos e acarinhá-los.
E, o melhor de tudo, é que sou soberana nas minhas atitudes e dos meus atos, ainda mais quando nunca me preocupei com o que podiam dizer ou pensar de mim. Já dei  sonoras bananas  sem me importar a quem... Tenho orgulho de dizer que piorei, sempre  falei palavrões... com a idade, como bom vinho, melhorei e aperfeiçoei...   o vocabulário em guarani, espanhol, francês...
Não sou, totalmente, tola... percebo com clareza quando me usam... as vezes me deixo trampolim por meu interesse. E, quando oportuno, deixo claro, para que não  paire dúvidas, sobre o meu realizar.
Porém, nunca, nunca, nunca, deixo porem o “pé na minha onça” e tirar foto.... Se fui eu quem a abateu, digo em alto e bom som... Não divido meu chapéu.
Que o tempo continue passando... Que eu possa contar ao espelho a história de cada ruga, dos cabelos brancos, das mãos envelhecidas, da gordura que acumulei, do olhar faceiro; Que eu tenha a ventura de contar os dias  vividos em tão boa companhia e parceria, eu tive a sorte de achar  o parceiro perfeito – que sempre respeitou meus espaços.
Que eu me complete neste ir e vir, como ondas do mar, que vai e vem e sempre morre na praia, como lágrimas de espuma que a areia branca se encarrega de guardar.
Que seja assim, no último alento, quando misturada ao vermelho de minha terra, possa voar, voar ,  voar... e, integrar-me ao verde de nossos cerrados, à pureza de nossos rios, ao cantar dos pássaros, e, quem sabe, camuflada  como um urutau, cantar  em noites de lua cheia as saudades que deixei na terra.
DD_Delasnieve Daspet, 10 de abril  de 2013
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Delasnieve Daspet - é Poeta, Advogada e Ativista das Causas quase Perdidas ( Paz, Meio Ambiente, Social, Dirietos Humanos ) , é  Presidente da Associação Internacional Poetas del Mundo; Universal Peace Ambassador - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - Suécia/França ; Presidente para o Brasil da Indian Intellectual Peace Academy; Membro da Executiva do FESC/MS; Conselheira Estadual de Cultura/MS; .
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23 comentários:

  1. Dia 11 de junho agora, deverei completar 68 anos, Lunita...
    Acabo de chegar do karate, onde lutei com faixas pretas de 20 anos de idade em pé de igualdade...
    Saio esta madrugada para pescar no rio Paraná...
    Fumo há exatos 52 anos....meu irmão médico diz que já era para eu ter morrido umas 3 ou 4 vezes por conta disso....
    Que a aventura de viver continue para nós dois durante muito tempo ainda minha querida...
    Besos del Lobo,
    Lenine Carvalho
    loboazul@uol.com.br

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  2. "Amei ,,,,,,,,,Que eu me complete neste ir e vir, como ondas do mar, que vai e vem e sempre morre na praia, como lágrimas de espuma que a areia branca se encarrega de guardar...perfeito!"
    Sueli Batista Damasceno
    suelidamascenotl@hotmail.com

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  3. Olá, Delasnieve!
    Agradeço por ter aceito meu convite. Gostei de sua crônica, só não a comentei. Nos dias de hoje, muitas pessoas não querem envelhecer naturalmente,´mas eu penso que deve ser assim mesmo. Sou velha, feia, rsrs, nem por isso vou mudar o que sou e deixar que atrapalhe o meu viver. Permaneço pensando como antes, só não posso fazer o mesmo que conseguia quando jovem. Gosto de mim como sou ou como estou agora. Se todas as pessoas pensassem assim como você, não estaria tão esticadas de tanta plástica, rs. Bjs
    Maria Santiago Ávila

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  4. Muito bom, DD. Você se descreveu do jeito que você realmente é.
    A vida é boa, mas as pessoas tendem a complicá-la. Você é uma mulher linda em todos os sentidos e, portanto, o importante é andarmos para frente sem olharmos para trás, porque corremos o risco de virarmos "estátuas de sal".
    A vida é uma dádiva de DEUS e temos que vivê-la com plenitude e sabedoria.
    Tudo que você escreveu é sinônimo de sabedoria e, portanto, só posso lhe dizer que te admiro, sinceramente. Não sou interesseira para as coisas materiais, mas me interesso pelo olhar sincero, pela palavra verdadeira, pela solidariedade, pela amizade sincera, enfim, por pessoas que possam ser chamadas de pessoa, pois nem sempre ser gente é ser uma pessoa.
    Tú és uma pessoa! Bjs.
    MEG KLOPPER

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  5. Muito bom, DD. Você se descreveu do jeito que você é realmente.
    A vida é um dom divino e temos que vivê-la em plenitude.
    Tudo que escrevesgte é sinônimo de sabedoria e, portanto, merece nossa admiração, respeito e carinho.
    Eu te admiro como pessoa, e falo isso porque nem sempre ser gente é ser pessoa. Mas você é umapessoa.
    Viver com plenitude é o que me orienta e não olharmos para trás facilita muito, pois não corremos o risco de virarmos estátua de sal.
    Não sou interesseira por coisas materiais. Sigo meus sonhos e abraço meus ideais. Tenho interesse na palavra verdadeira, na amizade sincera, no olhar sincero que nos encara sem medo e, principalmente de ter em meu rol de amigos apenas seres que considero pessoas. Esses tem luz própria, assim como você.
    Você é linda em todos os sentidos e não serão os cabelos brancos e as rugas que mudarão isso. A verdadeira beleza é aquela que se projeta do interior para o exterior e perdura por toda eternidade. Bjs.
    MEG KLOPPER

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  6. Caríssima Delasnieves, BOM DIA!!



    Simplesmente linda a sua profissão de fé de si mesma! Está você todinha nestas palavras. Que bom, se todos pudéssemos envelhecer com essa sua postura. Haveria muito menos “velhos”, ainda que jovens, perambulando pelas ruas de nossas cidades.

    Um abraço especial à quase companheira de idade.

    Em anexo, um texto que escrevi, quando fiz sessenta. Há paralelas.

    Agora, aos quase setenta, parece-me que o texto ainda contém verdades.

    Beijo, com carinho e respeito.

    Adilvo - adilvo.m@uol.com.br

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  7. Ilustre Delasnieve Daspet,

    Não posso deixar de a felicitar pelo seu aniversário e, fundamentalmente, pelo belo artigo que escreveu e partilhou.

    Adorei ler!

    Deus lhe dê muita saúde a muitos anos para continuar nessa missão tão digna,

    ZCH

    zelia.chamusca@sapo.pt


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  8. Lindo texto. Simples em palavras, grandioso em conteúdo, e, antes de tudo, poético. Parabéns Deslanieve. Tenho 61 anos e me enquadro em descrições bem parecidas com a sua. Sem ser egoísta, e sendo um pouco egoísta, creio que o importante é ser feliz, conhecendo, admirando e aceitando-me como sou, na época que estou. Abs.
    Irineu Baroni

    www.irineubaroni.com



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  9. Pois é, O que é envelhecer, eu estou com 71, mas ainda não aprendi, como faço pr ser velhinha, sabe que o tempo e tão amigo que ainda não quis me dizer vc esta ficando velhinha, só o espelho e mais sincero, ele me conta que ja pesei menos, que eu usava cabelo vermelho, mas sinceramente... ca pra nos, nunca estive tão de bem com a vida, fui giogando fora os sentimentos que me incomodavam, abrendi e sorrir a tuto e a todos, foi ai que descobri que assim sorrindo, a vida é tão Bela! Que qualquer tempo e nosso tempo, e nossa vida, basta viver em Paz, divulgando muito Amor. Um abraço, Monica Puccinelli

    http://monicapuccinelli.blogspot.com.br/

    http://www.poemas-crescendo-di-va-gando.blogspot.com.br/

    http://dimansinho.blogspot.com.br/

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  10. Querida amiga Delasnieve,


    Adorei o que escreveste! Está mesmo muito bom e real. Gostei principalmente pela demonstração de autenticidade e segurança
    em si mesma que demonstraste ao escrever. É o retrato fiel de Delasnieve Daspet, sem tirar nem pôr!
    Em teu texto não há a menor sombra de vaidade mas sim, uma sinceridade que perfuma as tuas palavras.
    És verdadeiramente a Delasnieve que eu conheci em minhas andanças de poeta!
    Recebe de minha parte muito louvor e um
    Baitabraço


    Guilem Rodrigues da Silva - guilemr@hotmail.com

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  11. Que bela crônica, Delasnieve!
    É bem você. Assim vamos conhecendo-lhe aos pouquinhos. E eu sempre a imaginei exatamente como sua descrição neste texto.

    Você é uma criatura maravilhosa! E todos os seus textos, todo seu talento também!

    Mil beijos, e que Deus a abençõe!

    Regina Mira Reis
    reginamirareis@terra.com.br
    Caraguatatuba

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  12. Honestamente, eu passei a te conhecer melhor, a te admirar, pelo que acabo de ler.
    Sempre te apreciei nos teus escritos em prosa ou em versos poéticos!

    És muito determinada e estás no meu coração no conceito de cristã verdadeira e sincera.
    Tudo foi escrito com autêntica personalidade.
    Parabéns pelo teu belo retrato Literário!
    Dirce Lara
    dirce anjos lara -dirceanjoslara@gmail.com

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  13. Vida,
    Deste-me a graça de aproximar-me do meu cinquentenário. Quanta coisa ja vivi, quantos passos dados e ainda darei.
    Dia 14 de abril, é de suma importância que eu divida com meus amigos a alegria de poder dizer: ESTOU CHEGANDO AOS 50.
    Tenho planos, tenho duvidas, e muitas vontades. Mas acima de tudo, muito tenho que agradecer a Deus pela sua paciencia em conservar-me ATÉ AQUI, vendo crescer meus filhos, e a chegada dos primeiros netos.


    Quando a terra vermelha da minha terra(Aqui estou lembrando DELASNIEVE que chegou aos 62 com muita vontade poetica de viver também), só peço que jamais sepultem os meus versos.


    Forte abraço a todos,


    Carlos Silva - Aporá- Bahia.
    carlossilvampb@yahoo.com.br

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  14. Adorei.Acredito que eu que estou com 67,comprendo perfeitamente teu belo texto sobre liberdade de ser,de tomar decisões, de aproveitar os ganhos da idade...Gostei muito e vou compartilhar! Abraço,Dea.

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  15. Excelente, Delasnieve.
    Assinaria esse seu desabafo.
    Abraço,
    Raquel Naveira
    raquelnaveira@oi.com.br

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  16. Bravo, DD, Bravíssimo teu texto.
    Parabéns!!
    Abraços do Amigo
    Milton
    MiltonPAntanleão miltonjpantaleao@gmail.com

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  17. Caríssima: E, eu cheguei aos 60, feliz, lindo pra chuchu... E, agradecido a beça ao Criador... Caríssima, somos "SEXIS" Clube dos Sexsagenários...kkk... Forte abraço...Ficam com Deus.
    Paulinho
    padelapadeca@hotmail.com



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  18. Delasnieve querida
    Parabéns pela profunda beleza desse texto, da sua posição tão bem definida na vida, do carinho e respeito que você tem por você, da mensagem de sabedoria. Obrigada minha "guru". Grande abraço carinhoso.

    E deixo um poema meu (se tiver tempo e paciência leia)
    Rozelene Furtado

    DISFARCE
    Já nasci disfarçada de bebê, usei fraldas!
    Sem dentes, sem cabelo para usar grinaldas.
    Fui crescendo e meus disfarces foram mudando
    Procurando entender tudo e todos, fui criando.
    Aprendi a caminhar, falar disfarçando sem chorar;
    A trocar as palavras a usar a técnica do tom e cantar.

    Gestos, olhares, símbolos, metáforas e sobreviver.
    Descobri que tem horas para sentar, andar e correr.
    Deitar é a melhor forma de camuflar a dor;
    E também de despertar as fantasias latentes do amor.

    Ter uma coleção de máscaras variada e especial
    Para pessoas inoportunas e situações de ritual.
    Muitos apreciam uma boa representação
    Outros dispensam o uso da imaginação.

    Algumas estão sempre preparadas em alerta
    Trocam os disfarces, dissimulam, são espertas...
    Quanto mais se vive mais se precisa de disfarces.
    Impossível enfrentar dissabores sem pincel e cores!

    Preocupações são torturas que não acabam mais.
    Crio personagens com armaduras de muitos metais.
    Desencontros, desamores, uso máscara de pergaminho.
    Já coloquei muitas fantasias: com lacinhos, babadinhos,

    Becas, togas, vestido à caipira, de noiva e muitos à rigor.
    Tantas vezes com volúpia, fantasiei-me para meu amor,
    De rainha, de princesa, de escrava, de flor. A ideia voa...
    O recurso do perfume, da boa moça... da moça boa...

    Soube camuflar situações difíceis de aceitar
    Vendi roupagem que nem mesmo sabia usar.
    Usei gargalhada vestida de palhaço para fingir...
    Misturei-me na multidão para não fugir.

    Ficar parecida com o meio ambiente como camaleão.
    Para fugir dos predadores e sobreviver, recriei a ilusão
    Precisei tanto de manhas e artimanhas na pauta diária...
    Só sei que cheguei aos anos sex, de sexagenária!

    Uso meus recursos, não estou nem aí.
    Uma quantidade incontestável que consegui!
    Não preciso provar mais nada a ninguém.
    Aprendi a me respeitar, a me admirar e a me amar!

    São muitos, afinal de contas, são sessenta anos!
    Guardo algumas dificuldades e alguns enganos;
    As rugas, os cabelos brancos, as gordurinhas,
    São identificações do tempo que já vivi, são minhas.

    Provas que sou muito melhor, que cresci.
    Nos embates do dia a dia, nos projetos amadureci.
    Passei por ridicularizações, firmei-me na fé.
    Inúmeras vezes fui ingênua, me mantive de pé!

    Fazer amor. Caramba! Ficou cada vez mais gostoso!
    Conviver é um exercício contínuo e engenhoso.
    Posso com largueza desfrutar das minhas manias
    Tenho tempo para estudar, ler e fazer poesias.

    O relógio se tornou meu amigo, parou de me aborrecer
    O tempo ficou a meu favor, não tenho mais que correr
    E para fazer esse ponto do caminho mais poderoso
    Provando que aprendi, coloco a máscara do idoso.

    ( Publicado no meu livro de poesias "No Limiar Sex", na Antologia "Nous Les Femmes du Brèsil" (Paris) e também na versão em ingles (NY)



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  19. Muito bom este texto da Delasnieve
    Sonia - smslemos@yahoo.com.br

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  20. Meus amigos, confrades e irmãos.

    Conheço de uma apresentação a Dra. Delasnieve Despet. Entretanto, da amostragem do seu trabalho cultural, principalmente o seu vasto currículo que pode ser avaliado nos endereços eletrônicos abaixo, é o suficiente para se indagar: Porque essa brilhante sul mato-grossense, nascida em Porto Murtinho, não faz parte da Academia de Letras do seu Estado?! Será ainda resistência contra o progresso da mulher?! Não é justo reconhecimento tardio, como fizeram com Cora Coralina. Talvez eu esteja errado, desinformado, ou coisa do gênero, mas a impressão que tenho, é de que falta o título acadêmico da instituição de letras desse Estado, para coroar e fazer justiça ao mérito da Dra. Delasnieve Despet. Com a palavra, os que podem responder.

    IVAN FERNANDO GONÇALVES PINHEIRO
    Cadeira nº35 da Academia Maçônica de Letras MS.
    adv_ivanpinheiro@terra.com.br

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  21. DD, minha líder querida;

    Parabéns pelo seu "Envelhecendo".

    Para mim, nenhuma novidade, pois já a conheço há algum tempo.
    E a admiro também por isso.

    De minha parte, também já "envelhecendo", compartilho com você,
    minha mais recente tentativa de poetar.
    Em meus quase 65 anos, ouso dizer que me assemelho em parte
    ao seus joviais 62.
    Em meu rico patrimônio de poucos amigos, honra-me contabilizar
    este casal pantaneiro, ainda que uma de suas células seja advinda
    das terras do chimarrão.

    Para você e para o Nelson, meu abraço.

    José Faria - Governador da Associação Internacioal Poetas del Mundo em Goiás-GO
    edircom edircom@uol.com.br
    Sangue em vilipêndio



    Vês aquele rastro vermelho no céu?

    Trata-se do reflexo de meu sangue

    vilipendiado ao longo dos caminhos

    por onde meus passos percorreram

    ou por onde deles notícia tiveram.

    Em cada esquina chamaram-me

    de amigo. Poucos o foram reais.

    Em cada passagem que vivi

    afagos em meu ego recebi.

    Muitos reais, reconheço, mas

    outros tantos ou muito mais

    pouco mais foram que mera

    quimera, simpática política

    afinal, do futuro ninguém sabe.

    Enquanto de minha seiva puderam

    saciar, os abraços me foram fartos.

    Afinal, simpatia custa apenas gestos

    maquiada reverência

    que no alvorecer da relação

    até que pode nos acender

    raios incandescentes

    no ocaso sutil de sonhos idos.



    JFaria (abril de 2013).



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  22. Muito lindo, Delasnieve e Nelson, adorei a reflexão poética, esta pessoa é vc mesma, sem por nem tirar, completo.
    Abraços, amiga.
    Marlei Sigrist marleisigrist@gmail.com

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