TRIBUTO A NÍSIO GOMES - CACIQUE GUARANI-KAIOWÁ
"Co ivi oguereco iara" - Esta terra tem dono!
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- Carta Aberta a população de Mato Grosso do Sul
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O Diretor da Survival International, entidade de defesa dos povos tradicionais no mundo, Stephen Corry, fez um alerta: “parece que os fazendeiros não estarão satisfeitos até matarem todos os Guarani. Este nível de violência contínua era comum no passado e resultou na extinção de milhares de grupos e sociedades indígenas. É uma absoluta vergonha que o governo brasileiro permita que esta violência continue nos dias atuais”.
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"Co ivi oguereco iara" - ( Esta terra tem dono!)
Delasnieve Daspet
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É, verdade,
"Co ivi oguereco iara" !
Esta terra tem dono, senhores!
Quando chegaram já estávamos aqui
Praticavamos uma sociedade de iguais,
Propriedade coletiva, cuidando dos velhos e crianças;
A terra, trabalho de um povo feliz!
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O povo Guarani é o símbolo das ruínas vivas,
Gente excluída, pobres, esquecidas, desprezadas,
Que teimam em buscar seu lugar ao sol;
Teimam de buscar suas terras usurpadas;
Teimam pelo reconhecimento de que são seres humanos;
Buscam um emprego digno, uma velhice decente, infância respeitada,
Teimam em ter a dignidade reconhecida.
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É uma chaga, uma cicatriz antiga, que não foi curada!
A lança portuguesa e a pistola espanhola e o branco,
herdeiros dos conquistadores,
Interromperam o crescimento deste povo
Que hoje vive em favelas, nos campos, nas fazendas, nas matas, nas cadeias,
Nas ruas, embaixo das pontes, vilas, barracas de lona pretas,
Nas beiras dos rios e estradas.
Onde havia paz, viceja o latifundio;
No lugar da felicidade , escravidão e exploração;
A fome e miséira em vez de pão;
No lugar da dignidade a humilhação de mendigar favores
Para sobreviver.
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Sobre os destroços dos guaranis plantaram-se sesmarias,
E grandes lavouras,
Que fizeram crescer a injustiça,
A desigualdade, as dores e as mortes...
Valor que impera até hoje!
.
Há duzentos e cinquenta anos começaram as mortes,
Primeiro foi o guarani-missioneiro Sepé Tiaraju...
Tantos outros ficaram pelo caminho,
Aqui em Mato Grosso do Sul lembramos
Marçal de Souza - Tupa-I, Ortiz Lopes,
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É, verdade,
"Co ivi oguereco iara" !
Esta terra tem dono, senhores!
Quando chegaram já estávamos aqui
Praticavamos uma sociedade de iguais,
Propriedade coletiva, cuidando dos velhos e crianças;
A terra, trabalho de um povo feliz!
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O povo Guarani é o símbolo das ruínas vivas,
Gente excluída, pobres, esquecidas, desprezadas,
Que teimam em buscar seu lugar ao sol;
Teimam de buscar suas terras usurpadas;
Teimam pelo reconhecimento de que são seres humanos;
Buscam um emprego digno, uma velhice decente, infância respeitada,
Teimam em ter a dignidade reconhecida.
.
É uma chaga, uma cicatriz antiga, que não foi curada!
A lança portuguesa e a pistola espanhola e o branco,
herdeiros dos conquistadores,
Interromperam o crescimento deste povo
Que hoje vive em favelas, nos campos, nas fazendas, nas matas, nas cadeias,
Nas ruas, embaixo das pontes, vilas, barracas de lona pretas,
Nas beiras dos rios e estradas.
Onde havia paz, viceja o latifundio;
No lugar da felicidade , escravidão e exploração;
A fome e miséira em vez de pão;
No lugar da dignidade a humilhação de mendigar favores
Para sobreviver.
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Sobre os destroços dos guaranis plantaram-se sesmarias,
E grandes lavouras,
Que fizeram crescer a injustiça,
A desigualdade, as dores e as mortes...
Valor que impera até hoje!
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Há duzentos e cinquenta anos começaram as mortes,
Primeiro foi o guarani-missioneiro Sepé Tiaraju...
Tantos outros ficaram pelo caminho,
Aqui em Mato Grosso do Sul lembramos
Marçal de Souza - Tupa-I, Ortiz Lopes,
Xurete Lopes, os professores Rolindo e Jenivaldo,
e agora o Nísio Gomes Kaiowa Guarani!
.
Pachamama esta encharcada com o sangue dos Guaranis.
Mataram um lutador sorridente, mas não mataram o ideal, a luta,
O espirito de tantos lideres Guaranis continuam vagando pela América,
Com o corpo, as vezes, cambaleante, mas com olhar firme e fixo,
Enxergando no horizonte a terra sem males,
Onde poderao manifestar a sua identidade e a sua cultura.
e agora o Nísio Gomes Kaiowa Guarani!
.
Pachamama esta encharcada com o sangue dos Guaranis.
Mataram um lutador sorridente, mas não mataram o ideal, a luta,
O espirito de tantos lideres Guaranis continuam vagando pela América,
Com o corpo, as vezes, cambaleante, mas com olhar firme e fixo,
Enxergando no horizonte a terra sem males,
Onde poderao manifestar a sua identidade e a sua cultura.
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Que o grito de Nisio Gomes ecoe junto ao coro de outros tantos guerreiros:
"Vocês não deixem esse lugar.
Cuidem com coragem essa terra.
Essa terra é nossa.
Ninguém vai tirar vocês...
Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças.
Essa terra deixo na tua mão (Valmir). Guaiviry já é terra indígena”
Que o grito de Nisio Gomes ecoe junto ao coro de outros tantos guerreiros:
"Vocês não deixem esse lugar.
Cuidem com coragem essa terra.
Essa terra é nossa.
Ninguém vai tirar vocês...
Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças.
Essa terra deixo na tua mão (Valmir). Guaiviry já é terra indígena”
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"Co ivi oguereco iara"
Assim falou nhanderu Nísio Gomes, agora,
vento que anda pelas trilhas deixadas pela ausencia...
Assim falou nhanderu Nísio Gomes, agora,
vento que anda pelas trilhas deixadas pela ausencia...
DD_Campo Grande-MS, 19 de novembro de 2011
Nizio Gomes, líder indígena de aldeia de Amambai, em Mato Grosso do Sul, foi assassinado na manhã de sexta-feira (18), por voltas das 6 horas, no Tekoha Guaiviry, recentemente retomada pelos Guarani-Kaiowá, que estavam assentados na beira da BR-386, que liga Ponta Porã à cidade de Amambai. A área em disputa faz parte de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) assinado em Brasília, diretamente pelo Ministério Público Federal e a Funai e todas as lideranças indígenas da região, em novembro de 2007.O TAC prevê a retomada dos “Tekoha”, a área tradicional originária de cerca de 39 comunidades indígenas, expulsas da terra, remotamente, por fazendeiros que ocuparam a área. O líder indígena foi executado em frente ao filho.
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