No rio Bonito - em Bonito - MS
Apresentando-me
Delasnieve Daspet
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Sou nascida Delasnieve,
Herdei " Daspet" do meu pai,
De minha mãe veio o "Miranda",
Adotei " de Souza " do marido,
Tenho dois filhos - Marcel e Werner,
Faróis que me acompanham.
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Advogo há trinta e cinco anos exerço a
Minha cidadania na solidariedade
Com crianças carentes - cuidando de
Sessenta - tento integrá-los à sociedade,
Mostrando que existem direitos e deveres.
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E como companheiros de todas as horas,
Sentados ao meu lado, amando-me,
Sem regras e sem cobranças,
Misha e Bandit, dois poodles,
Killer e Mylade - um boxer e uma vira-lata,
São saudades eternas!...
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Na internet me conhecem por Luna,
Que era como meu pai me chamava...
Mas na verdade meu nome deveria ser
Saudades... pois sou mesmo
Uma pantaneira saudosa, uma mateira!
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Sou nascida e crescida em fazenda...
Sou vinda lá de onde o Brasil já foi Paraguai,
Lá onde o sol faz amor com o rio,
E fazem nascer o mais belo por do sol,
A mais bela noite estrelada,
A mais linda e amante lua,
Onde vejo a Iara sentada ao lado dos sonhos!
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Sou do mato, sim!
Tenho " añoranzas" do verde das matas,
Do doce vento das tardes,
Do cantar das aves,
Das boiadas a caminho das pastagens,
Do convívio gentil e amigo do pantaneiro,
Gente forte, orgulhosa raça, deste Brasil!
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Quero falar de minha infância,
Para que melhor me entendas,
Lembrar, do leite quentinho, no mangueiro,
De saudáveis vacas,
Das quais, só não se aproveita, o berro!
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Lembro, ainda, ah! saudades, como maltratas!
Lembro das manhãs no mangueiro,
A mim, cabia soltar os bezerros,
E de recompensa um copo de leite fresquinho;
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Depois, antes da lida, havia o " quebra-torto"
Linguiças caseiras, morcilias, carne seca,
Um churrasco, um tatu preto frito,
"Maria-isabel", tortilhas,
Ou um bom carreteiro!
..
Aprendi a fazer relhos, chicotes, pequenos laços,
Trançados de " 8 " em couro cru...
E das patinhas da vaca - geléia de mocotó!
...
Ah! saudosos tempos, aqueles!
Quem me dera tudo parar,
Voltar o tempo, voltar ao mato!
Sentir o cheiro do amanhecer nas campinas,
Ver o verde pasto até a colina,
O rio que desce mansinho acompanhando a serra...
..
Ver de novo, a mata verde e rala do cerrado,
Sorver o mate quentinho nas manhãs frias,
Sentir, em meu coração,o doce olhar de minha mãe,
E o sorriso benevolente de meu pai...
.
Ouvir um velho disco na vitrola,
Um berrante choroso ao longe,
O dolente choro, do pinho, aconchegado ao peito.
Sentir o barulho esfusiante dos
Patos, galinhas, galos, porcos, cachorros, papagaio...
A vida, no mato, é perene!
.
Eu sou Delasnieve,
Cuja alma é uma lua errante,
Cujo céu se enche de furtivas lágrimas,
Que descem pelo meu olhar...
Era tão feliz... Mas tenho de tocar em frente...
Seguir!
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Delasnieve Daspet
Em Campo Grande-MS, 9,57 hs
09/02/05
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