ADEUS QUERIDA MISHA!
Nelson Vieira
Pode parecer esquisito e mesmo estranho falar sobre ou a respeito da Misha. Mas quem é Misha? E por que falar, externar para o público palavras relativas à Misha.
É simples. Misha uma cadela da raça poodle, que adentrou em nossas vidas, da família de maneira sutil.
Só quem tem ou em específico teve um ou mais animal (ais) de estimação, em especial cães, pode avaliar a dor, o sentimento resultante da perda.
No dia 22-04-12, pela manhã Misha deu adeus para nós (familiares). Numa despedida dramática foi embora, para tornar-se pó, como todos os seres em cujas veias o sangue circula. E, que tiveram o tempo de permanência na face da terra, findo.
No caso da Misha foram quatorze anos de comunhão, desde sua vinda para o seio familiar. Ela marcou presença com seu jeito carinhoso, sempre festivo, a nos receber sem saber as quantas estávamos, ou seja, bem ou mal no tocante ao humor, com a cauda tal qual uma bandeira desfraldada e saltitante. Isso uma constância no dia a dia.
Lembramos da sua chegada, pequenina, filhote, uma bolinha branca e peluda. Foi recebida de braços abertos.
Era uma poodle, que demonstrou ser inteligente precocemente, aliás, consta ser uma qualidade expressiva da raça. Talvez em virtude disso, esses animais atuam com muita frequência em números circenses. A facilidade de assimilação é impressionante. E Misha conquistou seu espaço.
De porte pequeno, o normal dessa espécie, ficou adulta, nunca teve filhotes, fomos muito possessivos. Aí uma falha nossa. Poderíamos ter descendentes dela, uma lembrança viva. Infelizmente não atentamos para a hipótese da hereditariedade. A recordação que temos está na memória e nas fotografias.
Com certeza uma casa é diferente quando possui animais e principalmente bem tratados pelos seus donos. É preciso gostar. Tem situações que médicos pediatras aconselham as pessoas adquirirem cães ou outros animais, para servir de companhia para os filhos e assim contribuir na melhora dos comportamentos. Às vezes não há possibilidades de manter bichos no local, na residência por vários motivos. Bem, daí paciência.
Mas, abrimos parênteses e registramos a seguinte frase: “Sinto pelos que não gostam de cães... pelo simples motivo de que nunca saberão o que é realmente ser amado, de verdade... pois nenhum outro ser vivo nos ama incondicionalmente... (Melissa Salles)
E, Misha segundo os especialistas chegara aos noventa e oito anos, de conformidade com a equação de que, um ano civil, equivale há sete anos para os caninos pequenos. Então quartoze multiplicado por sete, igual a noventa e oito.
E, como é comum Misha adotou uma pessoa da família, que se tornou a preferida dela. Isso a princípio causou ciumeiras entre os membros da família. Tudo solucionado. Entenderam que era questão de “fórum intimo” e nada mais, pronto.
Os anos foram passando e a fidelidade da Misha firme sem nenhum vacilo. Ela conquistou nossos corações. Assim que ocorreu seu passamento, a saudade brotou logo de imediato. Ao chegar em casa não temos mais aquela saudação de praxe, efusiva. Não, não tem mais. Ficou um vazio.
Na convivência houve a construção do amor que, solidificou no decorrer do tempo, a contar da chegada até os momentos finais da sua existência. O convívio com Misha foi uma tremenda experiência. Inclusive com ocorrências de cumplicidades em alguns atos, foi o que aconteceu inúmeras vezes.
Desde criança ouvimos: “Mais vale um cachorro amigo, do que um amigo cachorro”. Uma realidade incontestável, em nossa opinião.
A propósito consignamos duas frases: “Felizes os cães, que pelo faro descobrem os amigos” (Machado de Assis) e “Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm que misturar amor e ódio em suas relações”. (Sigmund Freud)
Adeus querida Misha! Você nos deu muitas alegrias.
É membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul.
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