Reminiscências
Delasnieve Daspet
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Hoje, serpenteando, como um rio,
Por vales, montanhas, flores e espinhos,
Confundo-me na correnteza
De minhas múltiplas existências...
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Ávida, sem qualquer repouso,
Pesquisei o princípio e o fim,
Que permanece envolto em denso véu...
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O incompreensível é tão monótono!
Agora percebo que nada importa
Neste mundo transitório,
E minh´alma se espalha
Nas diversas nuances da imensidão...
.
Numa retrospectiva, relembrando, vejo
Um oásis – que à minha lembrança –
É permanentemente verde,
Flores pela manhã e a noite,
Onde os pássaros fazem ouvir seus trinados.
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Na matina o orvalho cintila
Como pétalas perfumadas
Aos meus pés.
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E o rio de minha infância,
Onde as flores se miram,
Brinca, cristalino, nas matas,
No suave burburinho do amanhecer.
.
Olho-me, eu também, quero ver-me
Refletida nas águas do Rio Tereré,
E vejo, não as cãs brancas pelo tempo,
Mas a imagem de uma pequena flor do mato,
Que balança, suave, impelida
Pela brisa da manhã...
.
Do átomo que sou
Do grão de areia, do rochedo,
Do ar, da água, da flor, da ave,
Dos animais de todas as espécies,
De toda a atmosfera, de toda a terra,
Que circundam todos os caminhos
Completamos a Humanidade!
DD_ 13.10.09 – CGrande-MS
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