domingo, setembro 30, 2012

Nelson Vieira: PASSAR A LIMPO, UMA NECESSIDADE


PASSAR A LIMPO, UMA NECESSIDADE

Nelson Vieira
Enquanto não passarem a limpo de cabo a rabo, e conferir com denodo a existência de possíveis falcatruas, e, não ficar no disse que disse, dando cumprimento as ações pertinentes para averiguações investigativas pelos setores competentes, aliás, algumas em andamento, sobre mazelas contra a pátria mãe, e a transparência figurar somente no dicionário, cujo significado é: clareza nas intenções; franqueza, que não oculta nenhum dado, a nossa condição é de engambelados. Num embeleco, encantados vendo o passar dos gatos ao invés de lebres.
Outro dia, uma reportagem interessante, relativa às rodovias européias, suas construções, qualidades e presteza de conforto para seus usuários nos deixou de queixos caídos, que loucura! Só de ver e, mesmo a distância e por intermédio de documentário (filme), a impressão, a sensação é de impotência, por que eles podem e fazem e, nós podemos e não fazemos como manda o figurino?
São estradas de rodagem de cerca de setenta centímetros de espessura, sinalizadas, com pontos de apoios para socorros, gastronomia, comunicações, descansos, lazer e aquisições de souvenires, etc. e tal. Constituídas de três a quatro ou mais pistas de cada lado. Lá eles constroem para durar uma eternidade.
E pensar que no Brasil, neste imenso país, rico por natureza, as estradas daqui deixam a desejar, sejam elas rodovias ou ferrovias. Quando é que levarão a sério a característica ou virtude, denominada de honestidade, sem ser preciso dizer: “eu sou honesto”, aos quatro cantos. Os exemplos deveriam começar de cima para baixo.
Parece não terem nenhum compromisso, obras seguem no passo de tartaruga, ou pior de lesma, quando sendo executadas. Tem os casos de iniciadas e não acabadas. São situações que os cronogramas foram para o brejo, e a grana para onde foi? Com trechos em execuções, outros ainda na estaca zero. É lamentável!
Nossas rodovias apresentam asfaltos “cascas de ovos”, onde em pouco tempo de uso surgem avarias, tornando-as precárias e promotoras de acidentes ou coadjuvantes, com ônus para a nação. E, olhe que são vias contíguas (duas mãos), uma que vai e outra que vem muitíssimo diferente das européias e norte americanas.
Cremos que a precariedade das rodovias não seja pela falta de materiais, pois os temos em abundância. E, no campo tecnológico temos excelentes profissionais, em condições de construir estradas com primor e decência.
Qual é o problema, a dificuldade que impede a feitura de rodovias no Brasil, tais quais as existentes, por exemplo, na Europa?
Ao utilizar estradas para deslocamentos para determinada localidade, escolhida antecipadamente, para desfrutar momentos de prazer com seus familiares, dá para confiar plenamente nelas? Oferecem condições plausíveis de tráfego, uma minoria, aquelas sob controle de empresas privadas, daí a concordância em parte com a cobrança de pedágios.
Vê-se como nosso dinheiro, sim o nosso dim dim é “bem aplicado na indústria das estradas”, para durar o mínimo possível. Quem ganha com isso?
Isso é só uma “ponta do iceberg”. Está na hora de passar a limpo. Caramba!  Que coisa, só muda as moscas, a meleca continua a mesma. Ah! Um lembrete: vivemos numa república democrática, e ninguém está acima da lei.
Membro da Academia Maçônica de Letras de Mato Grosso do Sul.  


domingo, setembro 16, 2012

DELASNIEVE DASPET no CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO CAMPUS DE CAMPO GRANDE - MS

DELASNIEVE DASPET no
CENTRO UNIVERSITÁRIO CLARETIANO
CAMPUS DE CAMPO GRANDE - MS

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Fui convidada  pela direção do Centro Universitário Claretiano, campus de Campo Grande – MS, para no dia 15 de setembro p.p., fazer a abertura da reunião cientifica entre acadêmicos  dos cursos de Administração, Recursos Humanos, Gestão Financeira e Agronegócio; Educação Física; Biologia; Enfermagem; Estética e Cosmetologia; Filosofia; Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Nutrição e Pedagogia, Letras e Artes e os Mestres daquela instituição.
Foi um encontro matutino com mais de cem universitários e seus professores quando falamos, evidentemente, de poesia e poeta, enquanto arte e artífice, e, claro, falamos de harmonia, de paz e de cultura de Paz, não podemos esquecer que dia 21 próximo é o Dia Mundial da Paz. Aliás, entendo que todo o dia é dia para se falar de paz. Todos os momentos, todos os instantes – ela tem de ser parte de nós, deverá estar entranhado em nossas mentes, em nossos corações. Se não tivermos paz não poderemos partilha-la.

Tive uma grata surpresa pela quantidade de acadêmicos presentes e de toda localidade de nosso estado, e, ao apresentar-me li àqueles jovens o meu poema TRANSFORMAÇÃO, e disse-lhes como me sentia ao chegar a essa constatação:

"Sou eu, humana e perfeita,
Com corpo, alma e inteligência,
Tentando e aprendendo respeitar
A vida que se move ao meu redor"
(in TRANFORMAÇÃO ) escrita em Campoo Grande-MS, 19 agosto de 2011

Falei, também, de nossas realizações enquanto escritora, do prazer que se tem com a escrita, com a leitura e a importância destes momentos em que se valoriza o escritor regional,  e,  acima de tudo a leitura e a cultura.
Doei alguns livros à biblioteca do Centro Universitário Claretiano para que ficassem disponíveis aos estudantes. Uma  biblioteca de uma faculdade tem de ser bem provida de livros técnicos e de livros de autores regionais para enriquecer o conhecimento dos estudantes, valorizando o ser humano como caminho para o sucesso, tanto da instituição quanto dos acadêmicos.
Produzir conhecimento é uma árdua tarefa, e, temos de louvar quem se abaliza para esse trabalho, pois para que haja melhores condições de vida de nossos cidadãos, temos de lutar pelo seu crescimento, e, é claro, a poesia será sempre matéria presente, ela se encontra em tudo e em todos, sendo, como é, a mais antiga forma de expressão, anterior até, a escrita.
E, como não poderia deixar de ser, tive o prazer de ensiná-los sobre o verbo PAZEAR – que a maioria não conhece nem nunca ouviu falar. Isso não é um demérito, já que vivemos numa sociedade onde o que se apregoa, o que se louva, o que se noticia, todas as horas, todos os dias – é a violência.

Meus agradecimentos ao Professor Mestre Caciano pela indicação, e, estou sempre pronta  para falar de poesia, todas as horas, todos os dias, pois como já dissera Platão, em o Banquete “ a poesia é a mãe do discurso, a mais fecunda de todas, pois ela nos reenvia ao universo inteiro de onde procede, filha dileta que é da riqueza e da indigência!”
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Delasnieve Daspet
Advogada e ativista das causas da Paz, Sociais, Humanas, Ambientais e Culturais, Conselheira Estadual de Cultura, Embaixadora Universal da Paz, preside a Associação Internacional Poetas Del Mundo. – daspet@uol.com.br

sexta-feira, setembro 07, 2012

Insolente... poesia de Delasnieve Daspet

Insolente...
      Delasnieve Daspet
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Surges assim,
Quando menos esperado...
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Surges, quando ainda,
Sei o sabor e a cadência da vida,
No toque suave das relvas,
Do farfalhar das folhas.
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Insolente, surges,
Na voz irrequieta dos pássaros,
No final da tarde.
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Surges, enfim,
Na quietude do momento,
De consumação.
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Esperada,  comentada,
No sol de outono,
Como folha espalhadas,
Mortas!...
DD _ Campo Grande-MS – 02.04.11

segunda-feira, setembro 03, 2012

Lamento pela Paz - Delasnieve Daspet

                                                        arte de Aila Tavernard  na foto de Marcel Daspet
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LAMENTO PELA PAZ!
              Delasnieve Daspet*
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De Mato Grosso do Sul, do meio do cerrado ralo do Centro-Oeste, de nossas águas puras, de nossas verdes matas, da revoada de nossos pássaros, da natureza presente, do homem queimado pelo sol da lida, dos nossos rebanhos, dos grotões de nossas terras, de nossas lavouras, da garganta seca, dos olhos ardendo, do frio e do calor, aqui no Brasil, - levanta-se o

LAMENTO PELA PAZ!
Delasnieve Daspet
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Guerra é Guerra.
Não importa a sua violência,
ou a sua virulência...
Não existe desculpa para o descalabro...
As nossas guerras de todos os dias,
As nossas picuinhas,
As nossas maldades internas,
Nascem do rancor,
da mágoa, do recalque que é o homem...
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É o homem mata!
Suas bombas cruzam o anil dos céus,
Toldam de cinza as tardes do mediterrâneo,
Pontes, casas, castelos,
crianças esparramadas pelos chãos,
quais bonecos jogados, esquecidos,
sonhos destruídos...
Elos que se quebram,
e que não serão recompostos!
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Não interessa quem esteja certo,
quem esteja errado...
Nossa consciência nos cobra:
Não se cale!
Não permita que o amordacem,
que lhes toldem o sol,
que lhes matem o ar,
que lhes escureçam a lua!
Poeta, não permita
que o privem da liberdade!
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E, é pelo Homem, o meu lamento!
Que o farfalhar das folhas leve meu soluço,
E abrace a imensidão azul de nossos sonhos
De Paz que ouso cantar,
Neste canto de recriação
que entrego ao vento!
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Recriar... Reciclar... Novos horizontes...
Assumir decisões a cada dia, a cada instante,
Pois não existem estradas fáceis,
Mas a que esta adiante,
Construindo um caminhar...
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É pelo homem, este solitário animal,
O meu lamento de Paz!
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Li hoje, ontem, mês passado, há anos, que nossas vidas não  tem nexo, que somos os maiores predadores de nós mesmos. Cada um dá a sua opinião., e no todo, a conclusão é de que o Estado ( Brasil ) não tem conseguido cumprir o que determinou-se na Constituição de 1988, dita Constituição Cidadã. Concordo com tudo que li, principalmente com o artigo do Ângelo Arruda na edição do dia 02/08 do nosso jornal O Estado. Realmente, grande parte da parcela de responsabilidade é nossa, dos pais, que tem se eximido de suas obrigações  enquanto pais; temos de fazer a nossa  parte. Temos de orientar os nossos filhos para a vida que se lhes é apresentada - em tudo e por tudo diferente do que foi o nosso viver,  em suas idades.
Impor limite ais filhos é amá-los acima de qualquer coisa. Quantas vezes fui a clubes, bares, baladas, festinhas, às três da manha para buscar meus meninos? Claro  que eles odiavam... Mas eu me odiaria muito mais se não tivesse sido a liberal-opressora que sempre fui. Quantas noites as passei em claro, escrevendo poesias, na espera? Perdi a conta...  Mas não me arrependo, a maldade esta latente em todos os lugares.
Animais, vestidos com a pele humana, transitam livremente entre nós, nos mesmos espaços onde estamos ou onde estão nossos amigos e familiares.
Tenho medo de andar a noite, gosto do meu carro velho, quase não vou a eventos noturnos, pois o meu bem maior, a minha vida me é muito cara, e preciso cuidar de mim e dos que me cercam. Campo Grande já não é a mesma...
A Professora Maria Ângela Coelho Mirault esta certa quando diz que não podemos culpar o governo. Concordo. Mas digo que não podemos de maneira alguma  "compreender" o que se passa - temos de lutar  para não sermos "invisíveis"  já que estamos na rota do tráfico. Nossos vizinhos  cocaleiros estão jogando com a vida de nossos filhos, alvos de seus bolsos e  de suas formas de vida.
É preciso que o governo brasileiro mude a sua política de fronteira com os países do narcotráfico. Precisamos fecha-las. Precisamos nos olhar, primeiramente.
E que dizer do  dinheiro que envia, célere e prodigamente, para ajuda a países estrangeiros? Esse dinheiro  é o que falta aqui, é o que precisa ser aplicado  aqui e agora.
A violência é a falta de educação, de saúde, de segurança, de trabalho, de cultura... O que adianta formarmos nossos jovens se não temos emprego? Quer violência maior que isso - o desrespeito ? Isso sem falar da corrupção que sangra nossos  valores. Homens que deveriam mostrar respeito pelas instituições e pelo povo são os que nos roubam e nos aviltam. Pena de morte é pouco para tais pessoas, pois o dinheiro que nos roubaram lesou a vida de milhares de brasileiros.
Sim, como diz o editorial, é uma desapropriação da vida - todo o sistema que aí está.
Falar de Paz  é  fácil. Difícil é aplica-la. A paz é a Cultura em ação. Não pode haver paz sem desenvolvimento sustentável, sem educação, sem democracia, sem distribuição de recursos que venham eliminar as diferenças entre  os seres vivos.
Não haverá paz se não houver respeito  aos direitos humanos nos humanos direitos, e, aqui falo da vítima e do agressor. Temos de buscar a paz na vida em conjunto dos diferentes, no compartilhar, no ouvir, no zelar, no assumir responsabilidades, lutando contra a pobreza, contra a exclusão, garantindo a igualdade, a equidade política e social e a diversidade cultural.
Penso assim e tento  levar  a paz em todos os momentos e atividades que participo. Temos de   conscientizar, mobilizar, educar, prever,  e informar por  todos
os meios como poderemos, em conjunto, buscar a Cultura da Paz. A Cultura da  Paz  requer profunda participação de todos. Cabe-nos organizar
e assumir essa responsabilidade. É uma iniciativa  a longo prazo e que precisa ser colocada em pratica no dia-a-dia familiar, regional ou nacional.
A Paz não é um processo passivo - devemos nos esforçar por ela, promove-la e administra-la.
Convido-os a todos  para PAZEARMOS em todos os momentos de nossas vidas, e, em especial no dia 21 de setembro, no Dia Mundial da PAZ, quando realizaremos um evento com as noventa e três  escolas do municipio de Campo Grande,  com a Secretaria Municipal de Educação,   envolvendo os jovens - no Maior Apelo Estudantil pela Paz, no Brasil.

*Delasnieve Daspet - é Embaixadora Universal da Paz no  âmbito do Universal Ambassador Peace Circle - Genebra – Suíça

daspet@uol.com.br - 9911-1959

sábado, setembro 01, 2012

Morre o poeta - Homenagem prestada por Delasnieve Daspet ao poeta que parte!

Leonardo Batista Fernandes, de 19 anos e Breno Luigi Silvestrini de Araújo, de 18 anos
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HOMENAGEM AO JOVEM POETA LEONARDO BATISTA FERNANDES E SEU AMIGO BRENO LUIGI SILVESTRINI DE ARAÚJO ASSASSINADOS EM CAMPO GRANDE
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Poesias-->Morre o poeta. -- 18/10/2000 - 01:56 (Delasnieve Daspet)
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Cerrem as cortinas.
Abaixem a tampa do piano.
Recolham o bandolim.
Coloquem a bandeira a meio pau.
Que ninguem fale.
Caluda.
O poeta morreu.
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Nada mais triste que um poeta morto.
Pois morre a palavra,
A canção,
O desejo,
O sonho,
O amor,
Quem os cantará?
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Quem olhará a brisa que de leve balança
os cabelos da noite?
Quem verá o triste sorriso do menino
faminto que cruza a rua dia após dia..
procurando um porvir?
Quem lembrará os velhinhos....
cujas lágrimas correm ...talvez com
saudades de uma junventude
fugaz e quiça feliz ?
Quem declamará os poemas ao
ser amado....ao amado amante..
que nem ousamos pensar ?
Quem chorará com pungência o
dia a dia do feijão com arroz?
Quem há de?!!
.
No silêncio da palavra,
na balbúrdia do som da noite,
um sino que ao longe dobra...
E o cantar da araponga que
homenageia a nossa viuvez....
.
Mas estrelas não morrem!
Seu brilho é infindo!
Ah! poeta!
Levanta!
Vem poeta,
falar a nossa fala...
vem cantar nossas desditas..
Em tua pena...
a nossa pena!...
Em teus versos...
a  nossa vida!
DD_Delasnieve Daspet  - Maio.2000 - Campo Grande MS.
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A vez do poeta
http://mrpossari.blogspot.com.br/2012/09/a-vez-do-poeta.html?showComment=1346523911539
 
Como dizer algo sobre a morte de dois jovens? Não tem muito o que dizer. Só espero que Deus possa cuidar destes e dos outros que se vão assim, tão de repente, de uma maneira tão cruel, deixando um vazio na vida de muitas pessoas. Não os conhecia, mas cada vez que sei de algo desse tipo sinto um inexplicável aperto no meu coração que sufoca tanto que até dói. Eram tão novos... Um deles era poeta. Poetas também morrem. É uma pena que só vamos valorizar as coisas destes quando se vão. E agora? Como é que vai ser? Se você não sabe, eu vou te dizer. Existe um pequeno segredo. O poeta sempre vive através de suas palavras, através de suas poesias. Hoje o meu blog não é meu, talvez seja de um louco, talvez seja de um gênio, mas com certeza é de um poeta.

A flor da montanha

O Dia está no fim
E ele ainda pode voltar
Dane-se o que vão pensar
Porque ele ainda pode voltar
O maior causo de todos

E de que falava mesmo?
Ah, sim, de voltar
Mas mais importante
Que voltar ou não
É ter a possibilidade
De voltar

Mas nunca se pode voltar
Mas imagine só as possibilidades!!
De se esfumaçar por lembranças
Em um quarto vazio
Onde minha perna titubeava
E eu a balançar
No quarto escuro onde
Eu ascendera a luz
No fim de um dia
Longo e sem tempo

E de que falava mesmo?
Ah, sim, de possibilidades
De Pessoa
Que se cruzava na rua subida
Questionando a realidade
De um papel distante e passado
Atônito à perplexidade de si
Se perguntando sobre o céu
Atras da rapariga que olhava
De baixo da janela

Inspiração ou sentido?
Que faço de mim?
Nestes versos tão simples
Tão rasos e ventos ao cabelo
Numa paisagem ampla
Que distancia o olhar
E da linha ao que se pensa
Sobre qualquer cosia
Tudo sobre o que há
A mais no mundo

Sobre
Os ventos que regam
De flores o chão das árvores
Pra ver se entendamos
De que se trata tudo isso
Mas mais importante
Que compreender o sentido
É o verbo
Que se parece com o vento
Que só é enquanto sopra

E só sopra enquanto é

Mais importante
Que compreender o sentido
É entender o entender
De apenas ser enquanto é

E de que falávamos mesmo?
Ah, si, nem sei eu mais
Acho que de poesia
Que só é enquanto sopra
Apenas poesia
Como ventos a rugir
E versos a clamar

*Dia de Sombra

O homem do peito vai quente
Segue sem jeito, sem gente
Com cara de sol e doente
Mordido de si em si mesmo
Como não sabe o que rege
E mutilando seu couro
E quente vai, sorridente
Batendo no peito sente
Bicho de raiva, me invente
Uma alavanca de luz.

Eu to estressado. Sei lá...
Mas não há ponto que prega
Todas quimeras que voam
Deixando azedo todo o ar
E cadê tudo de mim?
Eles estão todos longe
Então sou pouco, bem pouco
Sou quase nada, um broche
Que fura o peito de faca
Será que é o tempo fechado?
Espero que sim. Vem, sol,
Vem destapar essa sombra

*O sol sobre o mundo


Hoje acordei com os olhos mais atentos à beleza das coisas
E tudo tinha brilho
Era um toque de detalhe a mais
Acho que sou um louco, caro amigo
E quem me dera o ser
Vendo uma fantasia em cada som, cada traço
Vendo uma estória todos os dias
Acho que sei o quanto isso é bobo, meu caro
Mas hoje eu só quero escrever
Você entende o que eu digo?
Eu entendo o que você diz
Acho que sou um gênio
Arrancando uma lucidez de cada fio da realidade
Mas talvez isso também seja ilusão
Recebendo hormônio no cérebro como qualquer um na rua
E alterando, assim, meu estado de espírito
Ou então o mundo realmente me tem um brilho a mais
Talvez haja purpurina em meus olhos
Não, acho que sou apenas um poeta
Tentando fazer magia de onde é seco
Inventando estórias sobre tudo ao seu redor
Infantil e capenga como muitos poucos
Poetas idiotas achando que fazer verso é dádiva ou epifania


É, sou apenas um poeta
Talvez louco, talvez gênio
Mas apenas um poeta



Aí está. Poesias de autoria de Leonardo Batista Fernandes. O meu blog cede espaço para divulgar a visão de um garoto que via este mundo cruel de um jeito muito bonito, talvez até mais bonito do que ele seja. Agora estamos todos chorando, todos com raiva, todos ansiando por justiça. Espero que com isso a palavra justiça se torne parte da rotina das pessoas em todas as áreas da vida e não só no momento do desespero. E que essa justiça prevaleça e seja feita, e que você Leonardo Batista Fernandes, junto com o Breno Luigi Silvestrini de Araújo, possam, seja lá onde vocês estiverem encontrar conforto e paz. Meus lamentos e sentimentos as famílias.


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