quinta-feira, fevereiro 26, 2009
Assim Como As Folhas Que Tremem...
Assim Como As Folhas Que Tremem...
Delasnieve Daspet
http://www.delasnievedaspet.com.br/poemas1/assimcomoasfolhastremem.htm
Assim como o sol que se curva a cada manhã;
Assim como as folhas que tremem
Com a brisa refrescante;
Assim como um pássaro a céu aberto,
Numa ânsia que toma,
Assim, no meu silêncio, este lamento.
Escrevo no pó da estrada
A profunda dor de minha mágoa.
E na aridez de minha saudade,
Com o canto preso na garganta,
Sou a lágrima triste
Que pinga sobre tua lembrança!
Assim sou, assim sigo
Um mero reflexo na janela...
Esta mentira é tão real que dá pena,
Sem perceber, sou eu mesma, quem vaga,
Na multidão que não passa...
CAMPO GRANDE MS
31.05.04
sexta-feira, fevereiro 20, 2009
Vinte Anos
Vinte Anos
Delasnieve Daspet
Anos 70....
Flor de vinte anos,
Turbulentos anos,
País subjugado,
Censura explícita,
Período sem copas,
Amargas derrotas!
Jornais com receitas ou poemas,
Universitários reivindicando;
Leila Diniz incomodava com a sua alegria
Sem pudor, sem tabus.
Topetes, calças boca de sino,
Cuba livre, hi-fi, mini-saias,
Brilhantina e os embalos de John Travolta.
Cenas alternativas do underground,
Calça lee e jaquetas de franjas
Gritávamos contra o sistema...
Jemmy Hendrix e woodstock,
Beatles, Rolling Stones, Chico,
Caetano, Bob Dylan, Milton
Uma paranóia total!
Relembro e que nostalgia que dá...
Reuniões escondidas,
Cheirando subversão...
Viver todos os momentos...
No ar o hippie jeito de ser
Que ainda hoje perdura
- Paz e Amor -
Na distância que encolhe os dias!
DD_17-02-09-Campo Grande-MS
terça-feira, fevereiro 17, 2009
É TARDE DEMAIS?
É TARDE DEMAIS?
Delasnieve Daspet
É tarde demais para dizer que lamento?
Que são as pequenas coisas que contam?
Que a unicidade é o que busco?
Que ao abrir os olhos é a tua imagem que surge?
É tarde demais?
Quando disse que queria ser livre como um pássaro
Não imaginava uma vida de aventuras.
Pensei apenas em viver
Com as flores que matizam a vida,
Com o perfume que embalsama os sentidos
Com a ventura de gozar do céu azul,
Do crepúsculo suave do sol se pondo,
Das noites límpidas banhadas de luar.
Será muito tarde?
Sei que foi loucura!
Mas os valores materiais se consomem,
E eu queria e busquei raízes,
Precisava brilhar ao sol - cristalizada -
Como o orvalho pela manhã.
Será - assim, tão tarde?
Porque se fui - foi buscando algo.
Queria estar com o vento - sem monotonia.
Sou uma peregrina.
Errante!
É tarde?!
É o que tua ausência me questiona!
Mas se tudo o que foi dito nada muda
Saiba que vagarei pelo mundo
Viverei ao sol como um cigana.
Nas noites dormirei tendo por colchão a relva
E por cobertor as estrelas.
Não deixarei meu corpo esmorecer
Na mágoa da esperança que me manteve!
Se não tivermos mais tempo e
Ainda assim a saudade bater tua porta,
Veja-me através da pálida lua,
Sinta-me no perfume do vento,
Ouve-me nas cantigas das matas,
Ausculta-me no sussurro do mar.
E se a fome e a dor te transformar em áscua
Lembra-te: é tarde demais!!
DD_ 10 de agosto de 2001_Campo Grande MS
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
FIM DE CASO
Fim de caso.
Delasnieve Daspet
Acabou.
Não me perguntes o porquê.
Não! Não te atormentes!
Acabou apenas,
Nada mais!
Quando quiseres lembrar-me
Bloqueie.
Finja que morri.
Faça de minha lembrança
A nuvem branca que
Ao longe se vê!
Melhor!
Me olhe como a fumaça
Que ao longe passa
E se dessipa no ar!
A comédia é finda.
Acabou sem aplausos.
Sem platéia.
Sem final.
Melancolicamente o pano caiu!
E...ficou o nada!
O vazio do tempo.
Que enregela a alma.
Que caminha célere...
Para onde?
Ficou a tristeza.
O Inverno.
E já não tenho a chama interna
Que me faz forte,
Claudico entro o concreto e o abstrato
Sem razão!
Ficamos com as sobras.
O beijo amargo.
O desamparo.
A mão pendendo no vazio.
O corpo gelado.
Nem côncavo. Nem convexo.
A gota de lágrima
Que se perdeu
Nas entranhas da terra.
Final de caso.
Nos perdemos como
Uma coisa sem valor.
*DD_ 28-8-2001_Campo Grande MS
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